Trombose Venosa Superficial – Tromboflebite

Trombose Venosa Superficial

O que é a Tromboflebite e qual sua importância?

Muitas pessoas já tiveram ou conhecem pessoas que apresentaram quadros de flebite, sendo muitas vezes relacionado ao uso de cateteres ou injeção de substâncias intravenosas, sendo por muitos considerados um quadro leve e de resolução rápida. Mas a história não é bem assim, essa é uma doença silenciosa e potencialmente grave. Leia melhor abaixo.

Por muitos anos, a Trombose Venosa Superficial, também conhecida como Tromboflebite, foi considerada como uma doença benigna, de baixa mortalidade, baixas complicações e de resolução rápida e espontânea. Contudo, cada vez mais estudos mostram que essa não é uma doença benigna, com uma potencial severidade e desenvolvimento de graves complicações.

A tromboflebite consiste na formação de um coágulo dentro de uma veia superficial, principalmente nos membros inferiores (60-80% dos casos), mas podendo ocorrer em qualquer veia do corpo, isso causa uma trombose local, associada a formação de um cordão endurecido, que consiste na veia inflamada, com vermelhidão, calor e dor a sua volta.

Estima-se que acometa cerca de 3-11% da população e até 57% dos portadores de varizes, trombofilias (aumento da coagulação do sangue) ou neoplasias. Essa doença pode estar relacionada à Trombose Venosa Profunda em até 44% dos casos (saiba sobre a trombose de veias profundas aqui) e a embolia pulmonar em até 33% dos casos. Devido a isso deve ser considerada também como uma trombose, só que de veias superficiais, próximas a pele, fazendo parte junto com a Trombose Profunda (TVP) e a Embolia Pulmonar (EP) do quadro chamado de Tromboembolismo Venoso.

Dessa forma, uma trombose de veia superficial pode progredir para veias mais profundas e se disseminar pela circulação, e isso é mais frequente do que se imagina. Quando a tromboflebite está presente, o risco de TVP aumenta em mais de 6 vezes e o de EP em mais de 3 vezes. Esse fator de risco é ainda maior se ela ocorrer nas veias safenas.

Hoje em dia, com o aumento do número de acessos venosos, uso de cateteres e infusão de medicações intravenosas, cada vez mais vem ficando comum o aparecimento da Tromboflebite, especialmente no braço e antebraço.

Ela ocorre pela inflamação principalmente de uma veia varicosa, que acaba por afetar os tecidos ao seu redor e causar os sintomas dessa condição.

Quais os fatores de risco para Tromboflebite?

Os principais fatores estão expostos a seguir:

  • Varizes: principal fator de risco;
  • Imobilização prolongada;
  • Traumas;
  • Obesidade;
  • Predisposição a coagulação aumentada do sangue;
  • Uso de anticoncepcional oral;
  • Terapia de Reposição Hormonal;
  • História prévia de trombose;
  • Uso de cateteres intravenosos;
  • Neoplasias;
  • Vasculites;
  • Infecções;
  • Quimioterapia e Radioterapia.

E quais os sintomas?

Os principais sintomas são os seguintes:

  • Dor no trajeto da veia acometida;
  • Calor intenso do local com queimação e desconforto;
  • Vermelhidão ao redor da área da veia acometida;
  • Endurecimento do cordão venoso afetado;
  • Edema: o inchaço pode estar associado, seja devido ao paciente ser portador de varizes ou por possuir um quadro de Trombose Profunda associado. O edema é muito intenso e apenas em uma das pernas é um sinal de gravidade e de alerta;
  • Varizes podem estar associadas pelos membros acometidos ou ser a causa da inflamação.

Como diagnosticar essa doença?

Primeiramente, é importante ressaltar que ao apresentar esses sintomas, o paciente deverá se encaminhar ao pronto socorro e de preferência ser avaliado por um Cirurgião Vascular, que é o especialista nessa condição.

O diagnóstico é clínico, ou seja, a avaliação pelo Cirurgião Vascular permite detectar a tromboflebite. Pelo exame físico e história da doença o diagnóstico fica confirmado. A consulta com o Vascular é fundamental nessa situação.

O exame de ultrassonografia venosa com Doppler é mandatário nesses casos, para avaliar o Sistema Venoso Profundo e verificar se há uma trombose associada, o que no caso aumentaria o risco de embolia pulmonar e complicações para o paciente. Se você quer saber mais sobre esse exame, clique aqui.

Como se dá o Tratamento da Tromboflebite?

Inicialmente devemos dividir os quadros em casos que ocorram em veias varicosas e em veias não varicosas. Junto a isso, devemos também detectar os pacientes que tenham trombose profunda associada, pois o tratamento é diferente nesses casos.

Para alívio de sintomas, algumas medidas são comuns a todos os casos:

  • Uso de medicações anti-inflamatórias e compressas mornas: ajudam a aliviar a dor e o desconforto;
  • Uso de meias elásticas: também geram alívio principalmente nos pacientes portadores de varizes;
  • Elevação das pernas acometidas: permite a redução de inchaço e melhora da dor.
  • Repouso nos primeiros dias, até alívio do quadro.

Nos pacientes que possuam veias varicosas, poderá ser necessário o uso de medicações anticoagulantes no caso do trombo da veia superficial estar muito próximo do Sistema Profundo de veias ou no caso do paciente possuir fatores de risco maiores para uma trombose, principalmente se a Tromboflebite se der em uma longa extensão da veia acometida.

Nos pacientes sem varizes e com inflamação da veia, também pode ser necessário o uso de anticoagulante no caso de se localizar na parte superior da coxa e ter uma grande extensão. Nesses pacientes, é importante se pesquisar neoplasias (câncer) ocultas, silenciosas, pois esse quadro pode ser o único e primeiro sinal para o diagnóstico. Além disso, também se recomenda a pesquisa de alterações genéticas que levam a predisposição para maior coagulação do sangue.

Quando é necessário o uso de anticoagulantes, a duração do tratamento pode variar de 45 dias a 3 meses a depender do caso.

A grande maioria dos pacientes pode ser tratada efetivamente com as medidas acima, porém em alguns raros casos pode ser necessária uma cirurgia de urgência, como nos pacientes que possuam coágulos muito próximos a veias profundas e não possam receber medicações anticoagulantes, nesse caso a veia acometida deve ser removida em toda sua extensão.

Nos casos de tromboflebite associada a Varizes, a cirurgia de varizes deve ser realizada após 3 meses do quadro agudo, para se evitar uma recorrência.

Por isso, fique atento e não deixe de ser avaliado com urgência caso apresente algum dos sintomas relacionados acima.

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Dr. LuIz FelIpe Azeredo,
cirurgião vascular na zona sul/SP

Sou aficcionado por ciência, tecnologia e inovação e procuro embasar cientificamente todas minhas condutas e praticas do dia a dia. Procuro sempre um atendimento individualidualizado, fornecendo o máximo de informações aos pacientes com muita ciência, mas com muita empatia e respeito.
Imagem Dr. Luiz Azeredo
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